quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

ANNE de GUIGNÉ, uma criança que nos toma pela mão… e nos leva até Deus.


“Temos muitas alegrias na terra, mas duram pouco; a que permanece é a de ter realizado um sacrifício.” Estas palavras não foram ditas por um adulto mas sim por uma criança que viveu pouco mais de 10 anos. Nem tão pouco o sentido que ela dava aos sacrifícios tem algo de mórbido. O que conta não é o sofrimento pois tudo é uma questão de amor a Deus: “Nada custa quando O amamos”, dizia ela, pensando na conversão dos pecadores e alívio dos doentes.
Chamava-se Anne de Guigné.

“Conversão” aos quatro anos
Faz hoje 88 anos que esta jovem natural de Annecy (Alpes franceses) morreu em odor de santidade. Mas desengane-se quem pensar que nasceu santa. Muito pelo contrário. Inteligente e muito viva era possuidora de um carácter rebelde, agressivo e caprichoso. No ver dos seus familiares, era insuportável.
Tudo muda quando o pai morre em combate durante a Primeira Grande Guerra. Sensibilizada com o sofrimento da mãe, ouviu desta o seguinte pedido: “Anne, se me quiseres consolar, terás de ser boa.” A menina tinha apenas 4 anos, mas o apelo foi tomado a sério: será um combate constante de transformação interior que ela vencerá com uma vontade férrea, oração perseverante e inúmeros sacrifícios. A mãe, assistindo à sua transformação, dirá dela que jamais a viu regredir no seu propósito de aperfeiçoamento.
Através do seu amor pela mãe, Anne descobriu o caminho para Deus a quem recorrerá incessantemente. Pouco a pouco, as suas “crises” desapareceram ao ponto de deixar a impressão a todos de que tudo lhe era agradável: aceitava as contrariedades, desculpava os outros e tornou-se educadora de fé e caridade para os seus irmãos mais novos e suas amigas.

Vida com Jesus
A Primeira comunhão foi para ela um farol que iluminou o resto da sua vida. Apesar da pouca idade (6 anos) foi admitida ao sacramento após um minucioso exame que levou o padre inquiridor a confessar: “Não somente está pronta como desejo que vós e eu estejamos sempre ao nível de instrução desta menina.” No grande dia festivo, Anne deixou um bilhete sobre o altar: “Meu pequeno Jesus, amo-Vos e, para Vos agradar, tomo a resolução de obedecer sempre!” Assim prometeu, assim fez…
Mas em Dezembro de 1921, ficou acamada com uma meningite. Até ao fim vai repetindo: “Meu Bom Jesus, quero tudo o que Vós quereis”. Viveu, rezou e sofreu pelos outros. Foi a missão que ela assumiu plenamente. Quando lhe perguntavam se sofria muito, respondia: “Não sofro; aprendo a sofrer.”

Durante a sua curta vida, Anne tomou consciência do amor de Deus por ela e viveu disso. “O Bom Jesus ama-me muito e eu também O amo muito.” “Quanto mais Lhe falar, mais Ele me responderá.”
A sua professora deixou o seguinte testemunho: “Foi ela que me ensinou o que é amar Deus.”

João Paulo II declarou-a venerável e indicou-a como exemplo para todas as crianças e não só.
Deixa-te levar pela mão de Anne e caminha para Deus.

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